sábado, 15 de dezembro de 2007

Quadro- Di Cavalcanti (sem título, Óleo sobre tela, 72 x 92 cm)

Ontem Ao Luar
Catulo Da Paixão Cearense E Pedro Alcântara


Ontem, ao luar,nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calmo assim fiquei
Mas, fitando o azul do azul do céu
A lua azul eu te mostrei
Mostrando-a ti, dos olhos meus correr senti
Uma nívea lágrima e, assim, te respondi
Fiquei a sorrir por ter o prazer
De ver a lágrima nos olhos a sofrer
A dor da paixão não tem explicação
Como definir o que eu só sei sentir
É mister sofrer para se saber
O que no peito o coração não quer dizer
Pergunta ao luar, travesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
Pergunta, ao luar,do mar à canção
Qual o mistério que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor
E sentir o seu calor
O amaríssimo travor do seu dulçor
Sobe um monte á beira mar, ao luar
Ouve a onda sobre a arei-a a lacrimar
Ouve o silêncio a falar na solidão
De um calado coração
A penar, a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal
A dor silente, universal
E a dor maior, que é a dor de Deus



Catullo da Paixão Cearense, nascido em São Luiz, em 8 de outubro de 1863, entrou definitivamente para os anais da música brasileira ao trazer o violão das rodas de seresteiros para os conservatórios de música em 1908







Nao sei se é sonho

Não sei se é sonho, se realidade,

Se uma mistura de sonho e vida,

Aquela terra de suavidade

Que na ilha extrema do Sul se olvida.

É a que ansiamos.

Ali, ali,A vida é jovem e o amor sorri.

Talvez palmares inexistentes

Áleas longínquas sem poder ser,

Sombra ou sossego dêem aos crentes

De que essa terra se pode ter.

Felizes, nós?

Ah, talvez, talvez,

Naquela terra, daquela vez.

Mas já sonhada se desvirtua,

Só de pensá-la cansou de pensar,

Sob os palmares, à luz da lua,

Sente-se o frio de haver luar.

Ah, nesta terra também, também

O mal não cessa, não dura o bem.

Não é com ilhas do fim do mundo,

Nem com palmares de sonho ou não,

Que cura a alma seu mal profundo,

Que o bem nos entra no coração.

É em nós que é tudo.

É ali, ali,

Que a vida é jovem e o amor sorri.

Fernando Pessoa

*Humildade, algo necessário...mas que não se adquire tao facilmente....
Sinceridade, importante...mas ou voce tem...ou jamais vai encontrar
Saudade...algo pra quem tem humildade de assumir e sinceridade ao sentir...
Eu me sinto assim agora...
Ps: ouvindo Tim Maia- Azul da cor do mar...