quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um dia de chuva!



Numa coisa ou em várias nosso mestre Vinicius tinha razão... São as águas de março fechando o verão", por isso é bom ser poeta ou ser talentoso, ganhamos o passaporte da sensibilidade imortal.
Hoje mais cedo tive que dar uma aula enquanto o dilúvio acontecia e, parei a aula pra dividir um comentário com alguém que nunca tinha visto: "Quando chove sabe no que eu penso? nos cachorrinhos e bichinhos sem casa lá do lado de fora!"
A minha aluna me qualifcou logo de cara "essa ai é louca", mas eu nem liguei, tava prestando atenção era no meu coração doendo muito de tristeza por causa dos benditos bichos.
Ainda não tinha me ligado em como eu gosto de chuva e em como meu coração fica apertado e eu sempre tenho certeza de que os animais não humanos são os donos do mundo e merecem mais que nós não poetas, sem talento, sem sensibilidade.
Esse nó me faz lembrar de outra coisa, da raiva que fico ao ver alguém maltratando um bicho de rua. Outro dia estava em um bar e chegou um viralata todo bonitinho e o cara com a sua namorada ao lado gritou: "Sai, sai, passa!" na hora eu quis bater o pé e gritar do mesmo jeito pra ele, mas a ignorancia dele não ia alcançar meu gesto.
Pensamos muito em ser donos do mundo, ou em alcançar o bem comum, ou em sermos felizes, mas se hoje você precisasse construir sua casa em uma floresta, não exitaria em derrubar umas árvores, espantar uns bichos e fingir que reconstruiria tudo em outro lugar, mesmo sabendo que sua atitude devastaria tudo.
Talvez por isso quando pensamos em felicidade, a definimos quase sempre como um estado passageiro, pois ela dura apenas o momento da conquista.
Para se alcançar a paz no entanto é necessário ultrapassar o momento e entender o momento do outro, seja ele quem for!