Outro dia vi uma foto de uma menina com síndrome de down, um negro e um gordo lado a lado no facebook e na legenda dizia: "Se você não tem preconceito, compartilhe."
Sempre tive um conceito talvez um pouco avesso dos demais em relação a isso, penso que quando falamos em preconceito é aquilo que não gostamos, mesmo sem conhecer a fundo, aquela velha história do "pré-conceito", algo meio burro em minha opinião, mas que existe desde que o mundo é mundo e não vai mudar.
O fato de não mudar, me leva novamente aquela opinião pessoal de que existem dois grupos, os que concordam e os que discordam, os que são contra neste caso, agem exatamente com preconceito do preconceito, me explico.
Se existem pessoas diferentes, aliás é só isso que existe, diferenças, elas estão ai para serem parcimoniosamente aceitas, portanto, se não existe preconceito em você, basta apenas olhar tal foto e não enxergar diferença alguma, simples assim, seria então apenas mais uma foto, como de uma flor bonita, um por do sol, um casal homossexual ou as sete maravilhas do mundo.
A necessidade do ser humano de se encaixar e se posicionar em relação a tudo é extremamente cansativa, o que os move, uma infinidade de razões que não cabem ser relacionadas, até porque desconheço cada passo que impulsiona o indivíduo, mas sei bem o que não leva a canto algum.
Uma foto como esta, poderia chocar os preconceituosos, mas aos livre deste mal, deveria ser um clique, nada mais, sem necessidade de explicação ou qualquer coisa que o valha, mas a tal humanidade, tem que meter um "bedelinho" em tudo.
A sensação que tenho ao ver milhões de compartilhamentos, é o quanto ainda estamos longe de virtudes, como diria Sêneca em Da Tranquilidade da alma: "Tal como medicamentos que, embora não sejam ingeridos ou tocados, agem pelo odor, assim também é a virtude, que difunde sua utilidade à distância e de modo oculto".
Sinceramente ainda não há como fugir de nós mesmos, quem já leu Kafka em o artista da fome, sabe bem o que estou falando, a diferença oprime, incita nossa sede por algo fora do padrão, quando na verdade, é tão somente apenas mais um que poderia facilmente enxergar com a mesma surpresa a sua pretensa normalidade.
Sempre que reflito em algo assim, revive em mim a esperança de que o ser humano entenda que a guerra se faz ai, quando um simples e sincero aperto de mãos resolveria tudo, bastaria apenas colocar o ego de lado e seguir, sempre com a máxima auto crítica, ele é negro, ou gordo ou um bebê com down e você pra ele pode ser feio, burro, arrogante, nem por isso ele postou sua foto pra alguém curtir e compartilhar.
Aceitar os fatos e contribuir de forma positiva para uma evolução, uma foto compartilhada sem um raciocínio não muda os fatos, apenas engrossa o caldo de um mar de gente que ainda pensa pequeno e não sai do lugar, estamos na era da informação e alguns ainda esperam a caça às bruxas, seja pra queimar os diferentes, ou pra queimar aqueles que não aceitam a diferença.
Convergência meus amigos, essa é a tendência, aceitem e estreitem os laços das relações humanas.