sexta-feira, 4 de julho de 2014

Ao tempo. Em tempo...

Aqueles efeitos do tempo que costumam ser implacáveis têm suas aparências. Cabelos brancos, rostinho caindo, barriga crescendo peito caindo, bunda murcha e a pele enrugando, parecem menores quando se enxerga a alma.
A elasticidade de se encolher com o medo da mediocridade, em um periodo em que nos enxergamos mediocres diante do que poderiamos ser e do que de fato nos tornamos. Ao mesmo tempo em que sentimos a grandeza de nos enxergar autores de nossa história.
Essa briga que o tempo impõe e nos faz perder a conta de quantos anos estamos pendurados na corda bamba da essência.
Variar entre o perdao e a culpa, a posse e o desapego, grande e pequeno, quente e frio, vai dando um nó na estrada. A mesma estrada que o relogio insiste em nao parar sua impiedade de roubar o tempo para apagar e reconstruir.
É assim essa empresa chamada vida.Nao tem espaço pra usar a borracha. No máximo, risca com a caneta e continua rabiscando pra ver onde vai dar.
O universo trouxe na palavra memória, a dor maior do que foi ruim, mas a incrível regeneração de resgatar com um carinho quase infantil, aquilo que insistimos em não apagar.
Conforme a convêniencia do momento tiramos o passado da lixeira e transformamos em romance ou pesadelo o que queremos.
Pensa que não? Olha sua cintura de pilão, feia agora mas tao linda no passado...Agora revire o baú e pense na sua cabeça quando tinha aquela cintura. Sim, ela sempre foi de pilão.
Pense então, em quem voce odiou um dia e, antes eram amigos. Olhe a foto novamente e sinta a ternura brotar em seu coração.
Essa eterna ironia da gravidade e dos acontecimentos em nos mostrar que tudo é sempre irrelevante, mas inflizmente, são os rompantes que te tornam cada dia mais equilibrado pra perceber que o tempo é nada além de um amigo pra te mostrar que tudo vai ficar bem.