quarta-feira, 7 de abril de 2010

Quando a flor rompeu barreiras



Quis você pra meu amor
E você não entendeu
Quis fazer você a flor
De um jardim somente meu
Quis lhe dar toda ternura
Que havia dentro de mim
Você foi a criatura
que me fez tão triste assim

Ah, e agora, você passa,
eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor

Tanta volta o mundo dá
Nesse mundo eu já rodei
Voltei ao mesmo lugar
Onde um dia eu encontrei
Minha musa, minha lira,
minha doce inspiração
Seu amor foi a mentira
Que quebrou meu violão

Ah, e agora, você passa,
eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor

Seu jogo é carta marcada
Me enganei, nem sei porquê
Sem saber que eu era nada
Fiz meu tudo de você
Pra você fui aventura
Você foi minha ilusão
Nosso amor foi uma jura
Que morreu sem oração

Historinha sentimental



Eles se deitaram e tinha uma música no fundo, tudo que ele escolheu para a leoninice dela brotar e ser tudo perfeito.
Começou perguntando se aquela noite seria por amor ou por besteira e foi dizendo baixinho: "eu te amo gata!"
Quando ela olhou pra cima tinha a lua por trás iluminando seus olhos e tinha água descendo, era um mar a noite, eram dois corpos que esperaram muito pra viver aquele momento, era um quarto inundado de vontade.
Era assim que ele ia embora, o mar iria levar o amor que tinha data pra durar, mas ia mudar a vida de duas pessoas de uma forma que só ele sabia.
O dia nasceu, eles se amaram de novo, tomaram banho e se sentaram na sacada, totalmente despidos de tudo aquilo que levaram a vida inteira, despidos de roupa, de pudor, de culpa, pra viver tudo aquilo que decidiram merecer.
Lá em baixo existia um mundo passando e vivendo, mas ninguem se incomodou em olhar o amor acontecer lá em cima e eles se divertiam com tudo aquilo que se dispuseram viver, até aquela despedida.
Ele cantava no violão:

Eu sou aquele navio
no mar sem rumo e sem dono.
Tenho a miragem do porto
pra reconfortar meu sono,
e flutuar sobre as águas
da maré do abandono
Ê lá no mar
Eu vi uma maravilha.
Vi o rosto de uma ilha
Numa noite de luar
Êta luar
Lumiou meu navio,
Quem vai lá no mar bravio
Não sabe o que vai achar
E sou a ilha deserta
Onde ninguém quer chegar.
Lendo a rota das estrelas,
na imensidão do mar
chorando por um navio
Que passou sem lhe avistar.

Era tudo o que eles iam guardar por toda a vida...
A menina foi pro mar e buscou por ele durante muito tempo, ela saia a noite e via o oceano, chorava pra lua e, sabendo que esse amor se perdera na imensidão do azul, ela voltou para viver a realidade.
Não teve música até o dia que ela voltou a escutar esse som e, daquele dia em diante ela entendeu o que estava guardado para ela: um amor tao grande como aquele que ela quis viver por amor ou por besteira.