segunda-feira, 16 de junho de 2008

Alegria é a felicidade imediata! Arthur Schopenhauer (in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida' )



Quem é alegre tem sempre razão de sê-lo, ou seja, justamente esta, a de ser alegre. Nada pode substituir tão perfeitamente qualquer outro bem quanto esta qualidade, enquanto ela mesma não é substituível por nada. Se alguém é jovem, belo, rico e estimado, então perguntemos, caso queiramos julgar a sua felicidade, se é também jovial. Se, pelo contrário, ele for jovial, então é indiferente se é jovem ou velho, erecto ou corcunda, pobre ou rico; é feliz.
Na primeira juventude, abri certa vez um livro velho e lá estava escrito: «Quem muito ri é feliz, e quem muito chora é infeliz» - uma observação bastante ingénua, mas que não pude esquecer devido à sua verdade singela, por mais que fosse o superlativo de uma verdade evidente. Por esse motivo, devemos abrir portas e janelas à jovialidade, sempre que ela aparecer, pois ela nunca chega em má hora, em vez de hesitar, como muitas vezes o fazemos, em permitir a sua entrada, só porque queremos saber primeiro, em todos os sentidos, se temos razão para estar contentes. Ou ainda, porque tememos que ela nos perturbe nas nossas ponderações sérias e preocupações importantes. Todavia, é muito incerto que elas melhorem a nossa condição; em contrapartida, a jovialidade é ganho imediato. Apenas ela, por assim dizer, é a moeda corrente da felicidade, e não, como o restante, mero talão de banco, porque apenas ela torna imediatamente feliz no presente; por essa razão, é o bem mais elevado para seres cuja realidade tem a forma de um presente indivisível entre dois tempos infinitos. Assim, deveríamos antepor a aquisição e a promoção desse bem a quaisquer outras aspirações.

Da Liberdade- Voltaire (in 'Dicionário Filosófico' )



A: Reflecti um pouco. Vede se a liberdade pode ser outra coisa.

B: Neste caso o meu cão de caça é tão livre como eu; ele tem necessariamente a vontade de correr quando vê uma lebre e o poder de correr se não estiver doente das pernas. Eu nada tenho, pois, mais do que meu cão: reduzis-me ao estado das bestas. '

A: Eis uma série de pobres sofismas dos pobres sofistas que vos instruíram. Eis que estais despeitado por não serdes livre como o vosso cão. Ora, não vos pareceis com ele em mil coisas? A fome, a sede, o velar, o dormir, os cinco sentidos, não são em vós como nele? Pretenderíeis cheirar com outro qualquer órgão além do nariz? Por que quereis uma liberdade diferente da que ele tem?

B: Porém eu tenho uma alma que raciocina muito bem, e o meu cão não pensa em coisa alguma. Ele apenas tem idéias simples, enquanto eu tenho mil idéias metafísicas.

A: Pois muito bem! Sois mil vezes mais livre do que ele, isto é, tendes mil vezes mais poder de pensar do que ele; porém a vossa liberdade é perfeitamente igual à dele.
*Eu agradeço, por ter a oportunidade de conhecer vários pontos de vista! Sou muito grata por todas as liçoes que a vida me dá todos os dias...e sou mais grata ainda por querer aprender!