quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Se o seu cotovelo dói

Recalque, sentimento presente nas mais diversas etnias, idades e gêneros. Sentimento comum desse mundo moderno desencontrado, onde todos buscam a mesma coisa, ao mesmo tempo, em outras pessoas que estão no lado oposto daquilo que você está buscando.
Outro dia li um texto que falava sobre o cara que não está apaixonado por você, não é porque ele está em um momento ruim, ou qualquer coisa, mas é só que ele não quer mesmo. Ri sozinha, porque naqueles dias eu vi uma infinidade de meninas no meu face, colocando indiretas, postando coisas que piscavam em neon: "dor de cotovelo" e os caras também. Naquele dia estava todo mundo sentimental, inclusive eu. Sim, pasmem, eu tenho momentos sentimentais.
O fato é que quando a rejeição bate a sua porta e joga aquela água de chuva de um carro que passa na poça, bem na sua cara, dá uma vontade louca de ser mau, de maldizer a humanidade. O pior, em específico nos relacionamentos, quando aquela pessoa que você quer, conhece outras gatas ou gatos e aparentemente segue a vida mais no caminho certo sem você e, a pessoa que ele (a) encontrou, (no face), parece bem mais feliz, contente e bonito (a), que suas fotos velhas surradas, ai sim o seu espírito de ódio toma conta.
Isso gera outro momento socio cultural engraçado, o momento das indiretas contra quem vomita arco íris (provavelmente você vomita, mas tá puto porque a outra pessoa que vomita, foi escolhida e você não) e, aquelas frases "só tem santo no face" ou "bonzinho no face e fdp na vida real". 
Confesso que me divirto, as vezes, na minha timeline. Aprendo muito sobre o desencanto e o modo como estamos todos buscando algo no lugar errado. Sim, gente! Quem ele ou ela escolher, será diferente, parecido, ou até igual a você, no entanto, por trás disto tem a química, o feeling e a paixão, o que não rolou entre vocês, sem contar que se esquecem do fato de que lá o povo mente meu povo!
Não chore, isso acontece no trabalho, com os amigos, com seu gato de estimação que gosta mais do vizinho que da sua companhia, mas não se sinta rejeitado, aprenda que nesse mundo, o espaço é para todos, seu lugar está buscando seus passos, enquanto você está cuspindo na testa, no xororo eterno dos mal encontrados. Não existe rejeição, existe pesquisa mal feita.
Atenção ao fato de, que mesmo procurando pessoas que se afinem com tudo ou quase tudo aquilo que você diz, pensa ou age, ainda existe a probabilidade de se sentir rejeitado, faltou a faísca. E, se faltou faísca filho, corre que é cilada, tu vai postar no face alguma coisa que vai todo mundo olhar e pensar: "Ih, tá dolorido", ai não tem mais jeito. Postou, o povo viu e só não curtiu porque tava com preguiça.
Vamos parar de dor de cotovelo ostentação, nem digo parar de opinar porque é isso que fazemos vinte e quatro horas por dia, seria o mesmo que dizer "morra", mas assim, por um mundo com mais "estou com dor de cotovelo" e menos indiretas.
Se de tudo isso, for inútil escrever aqui, pense por um segundo em continuar sua vida sem olhar para os lados, siga publicando o que te faz feliz, viva sua vida no trabalho e ignore o coleguinha invejoso, ele não vai deixar de ser porque te incomoda, foca na vida, é o seu tempo que está passando. Não sei você, mas hoje me olhei no espelho e vi que o bagulho cai mesmo, então construa suas estórias pra contar lá na frente, pare de ser um amontoado de situações mal curadas.
Eu juro, apesar de tudo cair, tenho colecionados boas risadas da minha vida, é uma pena que não sei contar, mas se contasse, você compartilharia no face, ou me rejeitaria?
=)



terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Na folha de papel, ela desenha um sol


Até agora, paro e penso sempre que opinar é fácil, difícil mesmo é com cinco ou seis retas fazer um castelo. Toquinho podia ter deixado as ilusões pra Disney, mas deu um nó em muita gente quando fez uma música tão perfeita que começamos a desejar a liberdade da criação somada ao indizível da realização.
Eu desenho um sol amarelo, mas quando saio na rua, Goiânia me queima com 42 graus e, se não tiver levado o guarda sol, não há papel que dê jeito em fazer um. Ironias a parte, sentir a música e levá-la na realidade requer uma dose cavalar de determinação diária.
 Falo assim porque desde que me entendo por gente, sem CPF mesmo, mas habitando este mundo, ouço música e sonho com um amor do Vinícius de Moraes, (quem nunca), mas esse amor ai parece que fica sempre no papel, não porque não apareçam pessoas, também, mas não por isso, mais ainda pela minha incapacidade em sentir algo assim (assunto batido, mas que muda um pouco agora).
Fato é que hoje recebi um convite para escrever uma coluna sobre decoração para uma revista com uma pegada moderna e cheia de cor, como eu sempre quis. Então vi meu corpo remexer, revirar e sacudir tinha ritmo na excitação, era o amor. Amor em participar de algo que acredito, em me expressar e ser convidada, era por hora, ter um desejo reconhecido e realizado.
Talvez esse sentimento exista em vários níveis, mas esse de hoje eu não quero mais abrir mão. Como é incrível reconhecer em você algo que inspira e move. Tem sido um presente acordar ultimamente, é como se finalmente meu caminho estivesse buscando os meus pés e não o contrário.
Enfim, cheia de coragem e de gás, as etapas tem se apresentado de forma mais leve, aprendendo a deixar ir embora aquilo que não pode fazer parte das conquistas, conquistando sozinha, sonhando sim em dividir isso com alguém, mas ao mesmo tempo sentindo gratidão por dividir com quem quer estar aqui.

Terminando como comecei “nessa estrada não nos cabe conhecer e ver o que virá”, mas enquanto isso, sentir esse momento e enxergar na realidade os instantes em que ele de fato colore nossa vida, mesmo que depois perca a cor, me faz abraçar aquela música que ouvi quando criança e acreditar, finalmente, que talvez eu possa viver a canção que sonhei pra mim.