Outro dia me deparei com a enxurrada de notícias sobre o tão esperado evento que se deu em nossa capital, o show de Sir Paul. 987 milhões de textos falando sobre a vinda do carinha lá de Londres.
Pois bem, minha humilde e tosca opinião é que falta silêncio, falta também novidade, essa enxurada de opiniões que as pessoas insistem em desabar todos os dias sobre nossas cabeças, dividem o mundo em dois grupos pra lá de monótonos: os do que concordam e os que discordam.
O grupo dos que discordam é normalmente meu alvo de atenção, formado por jovens com tendências pseudo intelectuais, gostam de estampar a panca de inédito, erudito e, para mim, esse é o grupo dos alienados muitas vezes, pois pensam que estão mudando o mundo através da força reacionária, mesmo que não exista força alguma.
Aquele outro grupo por sua vez, estampa uma corrente de camisa engomada e, quase sempre com argumentos progressistas, que revelam na verdade, um interior materialista e ansioso por populacho, mas quase sempre tem dentes brancos e cabelo penteado, com um sorrisinho de vitória, o que os leva a pensar que tem assento garantido no paraíso também.
A realidade é que essa necessidade de se tornar inédito em ambos os lados, nessa eterna briga por descordar acaba quase sempre empobrecendo o argumento, a essência fica manchada de palavras, verborragia mesmo, sem qualquer objetivo maior que não seja o de convencer.
A realidade é que essa necessidade de se tornar inédito em ambos os lados, nessa eterna briga por descordar acaba quase sempre empobrecendo o argumento, a essência fica manchada de palavras, verborragia mesmo, sem qualquer objetivo maior que não seja o de convencer.
Estar certo é o verbo do momento, a violência contra a mulher, a mulher que não se posiciona, o pastor que não aceita os gays, os caras que não aceitam o pastor, o ator que beija a amante, que beija o marido, que come a cabra do vizinho, enfim, são tantas opiniões, mas pouco silêncio.
Talvez por isso a comédia tenha ganhado cada vez mais adeptos, uma realidade aumentada, de um cotidiano massacrado pelo excesso, só poderia se contentar mesmo, com o excesso estampado na hora da alegria, mas ainda assim, até agora muito barulho e muito jogo de cabo de força.
O resultado, uma sociedade exausta e ensimesmada, buscando cada um trazer para seu lado o maior número de adeptos daquilo que acredita ser a verdade, exatamente como eu neste momento.
Meu desejo, mais silêncio moçada, observação leva a perfeição e talvez ela esteja no meio termo, ser xiita vinte e quatro horas por dia, cansa, encana e deprime, as vezes em cima do muro, podemos descansar tranquilos.
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